O que esperar no mundo da simulação em 2018 e no futuro próximo

Softwares de simulação para engenharia em 2018 e no futuro próximo
por Shawn Wasserman

O mundo da simulação e da engenharia assistida por computadores (CAE) presenciou no ano de 2017 algumas notícias surpreendentes, como o lançamento do ANSYS Discovery Live, software de simulação quase em tempo real, e as aquisições da MSC Software PELA Hexagon e da Mentor Graphics pela Siemens. Assim, é natural a curiosidade em relação ao que se pode esperar da indústria em 2018 e no futuro próximo. A equipe do site Engineering.com convidou uma série de vendedores e líderes da área para discutir essa pergunta.

De acordo com Joe Walsh, CEO da intrinSIM, segundo uma pesquisa da Cambashi CAE Observatory a expectativa para 2018 é de um crescimento contínuo de aproximadamente 8,5% e o ano será de transição, o que possibilitará taxas maiores no futuro. Já para Mark Hindsbo, vice-presidente da ANSYS, o uso de simulação irá dobrar nesse ano, previsão que abrange tanto o conceito clássico de simulação quanto o lançamento de novas soluções, expandindo-se do tradicional uso em design de produtos para outras áreas. Apesar dos números bastante diferentes, ambas as previsões são otimistas e pode-se aguardar um crescimento nas vendas.

Com o aumento na receita, Brad Holtz, presidente e CEO da Cyon Research, aposta no investimento em pesquisa e no casamento da simulação com machine learning. A ideia é reduzir o esforço computacional associado à simulação e melhorar a experiência do usuário, que será capaz de utilizar o software mais facilmente; futuramente, essa associação deve chegar a um ponto no qual o sistema fará recomendações ao usuário.

Existe, ainda, uma expectativa aumento da penetração e a democratização desses softwares. Para isso, é preciso simplificar as ferramentas e torná-las utilizáveis por toda a comunidade e não somente especialistas, de forma que se espera investimentos em interfaces gráficas e novos modelos de licenças, além da introdução de novas tecnologias de visualização como realidade virtual e realidade aumentada. Uma outra tendência que já vem ocorrendo para expansão do uso de simuladores é a unificação de várias ferramentas sob uma única interface.

Três ramos da indústria que devem tirar mais proveito do uso de simulações no futuro próximo são o de arquitetura e construção civil (architecture, engineering and construction – AEC), o mercado de carros autônomos e a impressão 3D. Além disso, devem ser produzidos os primeiros protótipos com a tecnologia digital twin, cuja ideia é o envio de dados de operação em tempo real para um modelo digital que reproduz o modelo físico, tipicamente através da Internet of Things (IoT). Através da simulação no modelo digital, é possível melhorar o design e configurar cada produto de forma específica, otimizando sua operação, além de prever falhas no equipamento. Uma das empresas que deve liderar o uso dessa tecnologia é a Siemens, que também aposta no uso da nuvem para armazenamento de dados.

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